Da Lenha e sua música de rincão trata-se de uma impossibilidade. Os caras residem longe da obviedade dos grandes centros, estão muito mais próximos da capital (Posadas) de missiones / ARG do que da, também periférica, Porto Alegre no sul do Brasil.
As influências desta usina sonora (movida à lenha) se banham no encontro improvável do Rio Uruguai com o Misissipi River, na levada e grooves da milonga com o rock e MPB dos mais diversos e estranhos bailes e rincões. De moderno mesmo, quase nada – pura indignação que dança.
Somos parte específica da estética do fim do mundo onde o frio, as distâncias e uma certa falta de importância corrói o tempo em notas que lembram os guaranis e o desprezo ibero lusitano em seu colonialismo.
Bueno, do significante “tem tudo pra dar errado” vem a nossa música, a nossa força, a nossa existência fora de lugar – o nosso improvável que em cada dia nos dai o hoje é sempre paradoxal!
Assim, o dito popular: “quem não te conhece, que te compre” também não funciona muito bem com a gente. É uma Coisa essa Da Lenha, digna de passar pela experiência, onde o moinho encontra Stevie Wonder, Adoniran Barbosa, Carlos Santana, Coltrane, Atahualpa, The Beatles, Caetano, o mundo e dá voltas hasta el inevitable.
Aqui estamos, podemos e poderemos estar aí.
A Da Lenha é: Vinicius Kunzler (violino, bandolin e vocais), Cláudio Coelho Joner (contrabaixos e vocais), Rivas Júnior (guitarra, banjo e vocais), Flávio Almeida (Voz e percussão), Jonas Meinerz (acordeon, trumpete e vocais), Gabriel Casagrande (violão, sax e vocais) e Cristian Dog Licker (bateria, prog. eletrônica e vocais).